segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
Arménio Gomes dos Santos - O Sr. Inspetor Arménio
sábado, 30 de novembro de 2024
COISAS DE BAÚS
COISAS DE BAÚS
Estava aqui sem fazer nada. Até que me lembrei de coisas
guardadas no baú das memórias.
Dos tempos da meninice pouco ou nada recordo. Mas à
medida que os anos vão avançando, reminiscências surgem que põem a nu factos
que mostram o que foram alguns tempos passados.
Fui o infante de sete descendentes de um casal pobre e
quase andrajoso que vagueou no lugar de Aguieira, tal como ainda hoje, inserido
politicamente, segundo os trâmites que um Estado ou uma Nação entendeu adotar –
numa chamada desde os antanhos tempos da nacionalidade, Freguesia de Valongo do
Vouga.
Pobres mais que as figuras bíblicas - paupérrimos - quase
sem eira nem beira, fui “criado” vivendo nos tempos de barracas, numa pequena
área cuja frontaria era limitada por uma eira. Assim, a “habitação” era uma
construção tosca, ampla, sem divisões, a não ser um tabique de madeira que ficava
à entrada. Do outro lado deste estavam as camas (duas enxergas), para albergar
os sete viventes que vieram ao mundo.
Certamente que o texto seria para ter continuidade. Mas apenas este foi encontrado tal como está. Desconhecendo-se, agora, o que estaria na origem e nas intenções do mesmo, pelo menos é retratada uma situação vivida, com muitas privações e a deixar confirmadas as ausências de tudo o que se pode imaginar numa vida mais saudável e isenta de muitas carências.
terça-feira, 26 de novembro de 2024
O HERSILGO!!!
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
A POESIA DA ISAMAR - "Os Hipócritas"
OS HIPÓCRITAS
Reuniram-se já a noite ia alta
Em volta de uma mesa redonda
Os hipócritas que nunca fazem falta
A discutir falsidades de forma hedionda
Fingidores de alto gabarito
Dissimulados de profissão
Um hipócrita é como um falso grito
Que nem sequer passa pelo pulmão
Vivem à custa da barba longa
Falta-lhes formação em autenticidade
Deixam-se levar ao ritmo da songa monga
Faltaram a todas as lições da sinceridade
Ser hipócrita é levar junto ao peito
A mão que descende da hipocrisia
E mesmo sabendo que é contrafeito
Dizem aos outros que é de primeira categoria
domingo, 17 de novembro de 2024
ANTONIO ESTIMA - Valonguense ausente sempre presente!
O título que foi escolhido, corresponde de alguma forma a uma realidade de vida que teve, pois o seu múnus profissional obrigou a que se mantivesse fora da sua Freguesia durante bastante tempo. Mas sempre se manteve fiel às suas origens e aqui veio a residir definitivamente após a sua aposentação.
Melhor que as palavras que se deixam aqui a vaguear, o seu passado e o seu intenso interesse que manifestou pela sua terra, ficam explanadas através do livro editado no ano de 2003, com o patrocínio da Casa do Povo de Valongo do Vouga, uma das primeiras obras históricas sobre as origens de Valongo do Vouga e seus lugares, a que deu o título De UALLE LONGUM a VALONGO DO VOUGA - SUBSIDIOS MONOGRÁFICOS. Que dedicou «EM HOMENAGEM À MEMÓRIA DO GRANDE BENEMÉRITO JOAQUIM SOARES DE SOUZA BAPTISTA», como consta numa das primeiras páginas.
Prefaciou o Dr. Manuel José Archer Homem de Mello, conhecida e prestigiada figura nacional, descendente do Conde d'Águeda e último proprietário da Quinta d'Aguieira, do qual respigamos:
"Tenho para mim que, pelo menos, um número razoável de leitores será conduzido a pensar que, depois das considerações iniciais, os elogios que acaso venha a tecer ao trabalho levado a cabo pelo António Estima, tornar-se-ão mais que suspeitos, correndo mesmo o risco de "cheirarem" a louvaminha , como tal, carente de autenticidade."
E mais adiante:
"O autor excedeu-se ou, se me fosse permitido utilizar uma expressão mais coloquial, ainda que em sentido inverso ao que é de uso, acrescentaria prosaicamente: o Estima "passou-se". Na realidade, embora o conheça como poucos, sabendo-o meticuloso e trabalhador até à exaustão (qualidades de que muito beneficiei enquanto foi o meu braço direito em algumas das inúmeras actividades que desenvolvi, confesso que não esperava que revelasse a preparação adequada à elaboração de um trabalho desta natureza, uma vez que outras foram as suas inquietações pessoais e profissionais ao longo da vida."
Em fim de linha, escreveu também o Dr. Manuel José Homem de Mello:
"Quem de nós, por exemplo, alguma vez tomara conhecimento da "passagem" da família de Lafões pela região, assim como do conde D. Pedro Afonso, filho bastardo do Rei D. Diniz, com morada na Quinta de Brunhido (hoje lugar do Paço), na era de 1348?"
Salpica-se ainda:
"Quem de nós sabia que lugarejos como a Aguieira e Brunhido - que ainda hoje não passam de lugarejos - chegaram a usufruir do estatuto municipal de sedes de concelho?"
E termina assim:
"Ao escrever a história da sua terra, António Estima bem merece que o seu nome seja incluído na lista que elaborou das personalidades mais gradas da freguesia."
Ainda daquele trabalho histórico ressaltam:
-António Estima nasceu a 2 de janeiro de 1926, no lugar e freguesia de Valongo do Vouga, e residiu ultimamente em Arrancada do Vouga. Fez o curso comercial na Escola Industrial e Comercial Madeira Pinto, de Águeda e frequentou o Curso Liceal no Colégio de S. Bernardo de Águeda. Em 1948 ingressou nos quadros da Direção Geral das Contribuições e Imposto do Ministério das Finanças, fazendo o estágio obrigatório na Repartição de Finanças de Águeda.
-Prestou provas públicas nacionais e foi nomeado Aspirante de Finanças. A sua progressão na carreira profissional levou-o a escrivão no Tribunal do Contencioso das Contribuições e Impostos de Lisboa, passando por perito de fiscalização tributária de 1ª classe; técnico orientador dos Serviços de Planeamento Coordenação da Administração Central nos distritos de Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Viseu e Guarda; integrou o grupo de trabalho de estudo para a reforma dos Serviços de Fiscalização Tributária; em concurso público nacional promovido a supervisor tributário; Por fim, foi nomeado a chefe de divisão dos Serviços de Fiscalização Tributária da Direção de Finanças de Aveiro; Aposentou-se em 1986, após 38 anos de serviço efetivo.
-De pensamento livre e democrático é defensor de uma sociedade de valores na qual a ética, o humanismo, a competência e a responsabilidade sejam uma prática social.
Colaborou e participou em várias instituições e cargos, de que se destacam: Presidente da Junta de Freguesia; Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia; vereador na Câmara Municipal; presidente da Assembleia Geral e Direção da Associação Desportiva Valonguense; presidente da Direção da Casa do Povo de Valongo do Vouga; presidente do Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola; membro do Conselho Fiscal dos Bombeiros Voluntários de Águeda; Santa Casa da Misericórdia e Rádio Botaréu, de Águeda.
As suas principais paixões foram os negócios e viagens. Já aposentado fundou duas empresas do ramo imobiliário. Das viagens, passou quase todos os países da Europa e África, porque sempre se mostrou encantado no contacto com outras gentes, costumes e civilizações.
Uma completa e pioneira obra das origens de Valongo do Vouga, das suas gentes ilustres, dos seus lugares, Instituições e Coletividades. Sempre interessado pelo passado, animava-o o desejo de prestigiar a sua terra, contribuindo com a escrita para levar às suas Gentes um pouco da sua História.
Que aconselhamos, a quem ainda não tomou contacto com o seu conteúdo, a pedir junto da Casa do Povo um exemplar do livro.
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
ANTONIO RACHINHAS – UMA VIDA TRICONTINENTAL
A este naco da história local voltaremos.
A imagem que guardamos do Rachinhas, era a de um imberbe adolescente nos seus 14/15 anos (perdoa-me António, mas esta é a verdade porque todos nós passamos), na Rua das Figuras Populares – que vai do cruzeiro de Aguieira até á saída do lugar e de cuja toponímia é seu autor, como iremos ter oportunidade de poder confirmar mais tarde neste cantinho que dedicamos à freguesia de Valongo do Vouga – que esperava, julgamos, frente à casa de seus pais sita no local onde hoje se encontra o prédio e estabelecimento da Casa Cassetes, por alguém que o levasse para Águeda, até àquela escola, devidamente uniformizado da Mocidade Portuguesa, juntamente com mais ou menos meia dúzia de outros jovens da freguesia e dos arredores, que detinham o mesmo privilégio. Tantos quantos tinham a dita de frequentar este nível de ensino que chegou a existir em Portugal.
Terminado o curso, rumou a Angola, onde um seu familiar, conceituado industrial da construção civil naquele país, agora independente, lhe terá enviado uma «carta de chamada», para poder emigrar até África – Luanda, Angola – e ali ter desenvolvido uma primeira atividade profissional. Outras empresas receberam o seu contributo em Angola.
Aqui permaneceu até que as vicissitudes da vida, que são de todos conhecidas, o obrigaram a ir mais longe, até à América do Sul, precisamente ao grande país irmão – BRASIL – neste permanecendo mais uns bons pares de anos, em Belo Horizonte, precisamente na cidade onde Joaquim Soares de Souza Baptista chegou a desenvolver – na qualidade de emigrante que foi no Brasil – o seu múnus profissional e técnico na área da agricultura, como Regente Agrícola, nome que não precisa de apresentação para os Valonguenses.
Regressado definitivamente à terra que o viu nascer, recordamos que seus pais – Celeste Martins Nogueira e Manuel Ferreira Rachinhas – eram também naturais daquele lugar de Aguieira, tendo este desempenhado as funções de carteiro, durante toda a sua vida, em Aguada de Cima e Belazaima do Chão.
Seu pai foi ainda um afamado caçador, que ombreava com outros nomes que faziam parte de uma vasta plêiade de adeptos deste desporto do concelho de Águeda. Que foi ainda motivo de noticiários de imprensa, principalmente publicados por António Rosa da Silva Magalhães no semanário Soberania do Povo que contamos poder transcrever em tempo oportuno nestas páginas.
A sua ação em prol da sua e nossa freguesia é preponderante e decisiva em vários domínios, desenvolvidos com redobrado interesse e entusiasmo após o seu regresso, que naturalmente aqui iremos postar assim que possível.
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
O CONSELHEIRO RODRIGUES DE BASTOS
sita no Moutedo)