COISAS DE BAÚS
Estava aqui sem fazer nada. Até que me lembrei de coisas
guardadas no baú das memórias.
Dos tempos da meninice pouco ou nada recordo. Mas à
medida que os anos vão avançando, reminiscências surgem que põem a nu factos
que mostram o que foram alguns tempos passados.
Fui o infante de sete descendentes de um casal pobre e
quase andrajoso que vagueou no lugar de Aguieira, tal como ainda hoje, inserido
politicamente, segundo os trâmites que um Estado ou uma Nação entendeu adotar –
numa chamada desde os antanhos tempos da nacionalidade, Freguesia de Valongo do
Vouga.
Pobres mais que as figuras bíblicas - paupérrimos - quase
sem eira nem beira, fui “criado” vivendo nos tempos de barracas, numa pequena
área cuja frontaria era limitada por uma eira. Assim, a “habitação” era uma
construção tosca, ampla, sem divisões, a não ser um tabique de madeira que ficava
à entrada. Do outro lado deste estavam as camas (duas enxergas), para albergar
os sete viventes que vieram ao mundo.
Certamente que o texto seria para ter continuidade. Mas apenas este foi encontrado tal como está. Desconhecendo-se, agora, o que estaria na origem e nas intenções do mesmo, pelo menos é retratada uma situação vivida, com muitas privações e a deixar confirmadas as ausências de tudo o que se pode imaginar numa vida mais saudável e isenta de muitas carências.
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