O Senhor Ernesto
O senhor Ernesto é madrugador
Acorda às sete sem despertador
Vai com um saco de pano comprar o pão
Para si e para a sua Conceição
Àquela hora não se vê muito movimento
Conversa com o padeiro sobre o preço do fermento
Depois do café com leite e um pão torrado
Faz uma ronda à horta como um nobre soldado
Alimenta as quatro galinhas poedeiras
E traz os ovos direitinhos numa seira
O almoço é feito pela sua Conceição
Ele lava a loiça e admira-lhe a confeção
À tarde sentam-se à sombra de uma laranjeira
E nem tentam lutar contra a teimosa soneira
Vivem da pensão de uma velhice sovina
Mas que dá para os dois e para uma cadela franzina
A filha depois de formada abalou da casa dos pais
Foi para Lisboa porque lá é tudo muito mais
O senhor Ernesto já não tem sonhos pendentes
Porque a vida já lhe deu muitos presentes
Há já algum tempo que não inserimos qualquer coisa que denuncie a existência de vocações que por aí grassam, felizmente. Hoje veio-nos cair na caixa de correio eletrónica o poema que acima se encontra plasmado, da autoria de uma poetisa local, que dá pelo nome de Isabel Marias Tavares Mendes. O blogue que utiliza para publicar os poemas de que é autora (inscrita na Sociedade Portuguesa de Autores) tem este endereço cibernauta: http://apoesiadaisamar.blogspot.com onde podem ser apreciados outros poemas sobre os mais diversos temas desta vida passageira. Este é mais um dos temas da nossa vida, que até se pode dizer escrito com algumas brejeirice, que nos dispõe bem...
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