sexta-feira, 7 de março de 2025

VOCAÇÕES DA MINHA TERRA - 4

 O Senhor Ernesto

 

O senhor Ernesto é madrugador

Acorda às sete sem despertador

Vai com um saco de pano comprar o pão

Para si e para a sua Conceição

Àquela hora não se vê muito movimento

Conversa com o padeiro sobre o preço do fermento

Depois do café com leite e um pão torrado

Faz uma ronda à horta como um nobre soldado

Alimenta as quatro galinhas poedeiras

E traz os ovos direitinhos numa seira

O almoço é feito pela sua Conceição

Ele lava a loiça e admira-lhe a confeção

À tarde sentam-se à sombra de uma laranjeira

E nem tentam lutar contra a teimosa soneira

Vivem da pensão de uma velhice sovina

Mas que dá para os dois e para uma cadela franzina

A filha depois de formada abalou da casa dos pais

Foi para Lisboa porque lá é tudo muito mais

O senhor Ernesto já não tem sonhos pendentes

Porque a vida já lhe deu muitos presentes


Há já algum tempo que não inserimos qualquer coisa que denuncie a existência de vocações que por aí grassam, felizmente. Hoje veio-nos cair na caixa de correio eletrónica o poema que acima se encontra plasmado, da autoria de uma poetisa local, que dá pelo nome de Isabel Marias Tavares Mendes. O blogue que utiliza para publicar os poemas de que é autora (inscrita na Sociedade Portuguesa de Autores) tem este endereço cibernauta: http://apoesiadaisamar.blogspot.com onde podem ser apreciados outros poemas sobre os mais diversos temas desta vida passageira. Este é mais um dos temas da nossa vida, que até se pode dizer escrito com algumas brejeirice, que nos dispõe bem...












 

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